O Grupo de Pesquisa Diaspotics iniciou oficialmente suas atividades acadêmicas e de pesquisa com um encontro virtual o dia 15 de abril do 2025 onde apresentou as cartilhas sobre MIGRAÇÕES & REDES SOCIAIS, fruto da pesquisa de dissertação do discente de doutorado do EICOS/UFRJ-CAPES Brunno Ewerton de Magalhães Lima integrante do Diaspotics/UFRJ/CNPq.

A reunião virtual foi aberta pela vice-líder do grupo, Dra. Catalina Revollo Pardo, que coordenou o lançamento das cartilhas e moderou o painel de discussão, que contou com a presença de diversas personalidades que abordaram o tema da migração.

A Cartilha sobre Migrações e Redes Sociais está disponível para download gratuito em 4 idiomas (português, inglês, espanhol e francês), abordando o papel das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e das redes sociais nos fluxos migratórios contemporâneos. Embora essas plataformas conectem migrantes a informações, redes de apoio e oportunidades, elas também são utilizadas para golpes e exploração. Os chamados “coiotes digitais” se aproveitam da vulnerabilidade dos migrantes para oferecer falsas promessas de travessias seguras, empregos garantidos e processos migratórios simplificados, resultando em fraudes financeiras, exploração laboral e até tráfico de pessoas.

O trabalho visa fornecer informações confiáveis para que migrantes possam identificar e evitar golpes no ambiente digital. O material explica quem são os coiotes e suas estratégias nas redes sociais, apresenta um checklist de segurança, orientações sobre como agir em caso de suspeita de fraude e indica serviços de apoio confiáveis.

O anfitrião, o Professor Mohammed Elhajji, líder do Grupo Diaspotics, se referiu a seu orientando Brunno Ewerton e o aporte para a Comunicação Intercultural, a Psicossociologia de Comunidades e os estudos sobre migrações desde sua pesquisa e agora com as cartilhas que cumprem outro tripé das universidades: a extensão.  

A Dra. Ana Maria Gomes Raietparvar falou sobre o trânsito de migrantes entre Brasil e Estados Unidos da América e o estudo que o governo está fazendo sobre as pessoas que são vítimas de coiotes. A Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos das Pessoas Migrantes, Refugiadas e Apátridas – Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) também se referiu às deportações que está fazendo EUA onde a maioria dos brasileiros, um 50% são de Minas Gerais, um 15% de Rondônia, 10% interior de Pará. O 90% passou por coiotes. A tarefa do governo está focada em melhorar a repatriação.  

A Assistente Social Julia Kronemberger, da Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo, Governo do Estado do Rio de Janeiro, explicou a estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e como as coordenações trabalham em forma conjunta para fortalecer as políticas de direitos humanos em geral e de migrações e luta contra o tráfico de pessoas e trabalho escravo em particular, as denúncias recebidas e o resgate das vítimas e o trabalho de prevenção que é  prioritário para não ter que atuar sobre fatos dolosos.

Me. Benvindo Manima, Coordenador do Centro de Referência de Atenção a Pessoas Refugiadas, Imigrantes e Apátridas (CRAI RIO) da Prefeitura do Rio de Janeiro, falou sobre o trabalho de acolhimento que se está fazendo desde o poder público numa tarefa que a sociedade civil antes fazia sozinha.

A Dra. Denise Cogo destacou o valor das cartilhas e como dialogam com outros trabalhos, entre esses, seu grupo de pesquisa Des-locar. A Professora Titular do PPGCOM do ESPM se referiu à linha de abordagem de migrações transnacionais, comunicação e consumo; e a linha de trasnacionalismos, tecnologias digitais e consumo, os três projetos de extensão e questões que se encontram nas cartilhas.

Margarita Campo Cuero, liderança migrante colombiana e coordenadora do Projeto Sabores, moda e artesanato do Mundo, agradeceu a iniciativa das cartilhas e advertiu que muitos migrantes são vítimas de golpe. O projeto que coordena serve para dar qualidade de vida dos migrantes vendendo seus próprios produtos e evitando que pela vulnerabilidade de quem se encontra recém chegado, possa cair em trabalho escravo ou vítima de qualquer tipo de violência.

As cartilhas são iniciativa fruto da pesquisa de mestrado Diáspora Digital e Visibilidade: Xenorracismo Algorítmico para Migrantes Africanos(as), realizada por Me. Brunno Ewerton no Grupo de Pesquisa em Migrações Transnacionais e Comunicação Intercultural (DIASPOTICS), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social (EICOS) do Instituto de Psicologia da UFRJ, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é fortalecer a segurança digital dos migrantes diante dos desafios da migração no cenário atual.

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