FINLANDESES DE PENEDO E A VIAGEM UTÓPICA AOS TRÓPICOS

Os finlandeses de Penedo: uma viagem utópica em direção aos trópicos

A pesquisa tem como foco a trajetória de vida e o processo de construção da identidade
finlandesa dos migrantes estabelecidos em Penedo, no sul do Estado do Rio de Janeiro, na
primeira metade do século XX. Através do olhar sobre suas narrativas e discursos, pretendeuse
problematizar a configuração da identidade finlandesa nos trópicos, tanto durante como
após a dissolução do projeto coletivo de colonização. Em fins do século XIX e início do XX
houve na Finlândia uma onda de emigrações relacionadas a ideais nacionalistas, socialistas e
anarquistas, dentre ideologias convergentes. O contexto da imigração utópica para Penedo,
em 1929, integra esse fenômeno – chamado de “febre dos trópicos” por alguns autores – cujos
inúmeros estabelecimentos baseavam-se em ideais de novas sociedades. Constituída por
imigrantes dotados de expectativas específicas em relação à construção de um modo de vida
mais saudável nos trópicos, os ideais do projeto da colônia penedense – personificados por
seu líder Toivo Uuskallio – visavam estabelecer uma comunidade harmônica, livre da lógica
capitalista e próxima à natureza.
A colônia Penedo se insere em um campo específico de “emigrações utópicas” (PELTONIEMI, 1985), constituído por diferentes grupos que saíram da Finlândia e se estabeleceram em territórios em geral menos frios com o intuito de fundar uma pequena sociedade. Apesar de entender tal fato como dado, o desenvolvimento do trabalho resgata narrativas que desafiam uma constatação histórica já legitimada e contribui ao jogar luz sobre uma rede de relações conformadora da sociedade e das representações finlandesas em Penedo.

Lila Almendra Praça de Carvalho

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