Remessa de estrangeiros supera a casa do R$ 1 bilhão e é a maior desde 2007.

Os estrangeiros que vivem e trabalham no Brasil mandaram mais de R$ 1 bilhão para os seus países de origem no ano passado. O dado mostra a maior alta de operações do gênero nos últimos sete anos.

Segundo a reportagem, o maior número de estrangeiros no País, somado ao uso de instituições bancárias por quem antes não as utilizavam – como os sul-americanos – contribuiu para que cerca de R$ 1,2 bilhão tenham deixado o Brasil em 2014.

Bolívia, Paraguai e Equador foram os países da América Latina que sentiram o impacto em suas economias locais das remessas enviadas por quem veio ao Brasil em busca de melhores condições de vida, mas que não esqueceu de ajudar anualmente os seus familiares.

O movimento pôde ser sentido também entre africanos e haitianos que vivem em cidades brasileiras.

Crescimento

O crescimento reflete dois fenômenos: o primeiro é a chegada de mais imigrantes ao Brasil, atraídos pelo baixo desemprego e a boa situação econômica pré-2011.

Os 80 mil bolivianos no país são uma das principais fontes das remessas – o dinheiro daqui é responsável por 7,6% de tudo que o país recebe do exterior nessa modalidade, de acordo com o BC local.

O governo brasileiro também tem promovido políticas específicas para a população imigrante, como a inclusão em programas sociais e a concessão de vistos especiais para haitianos.

Segundo dados da agência da ONU para Refugiados, o Acnur, o número de pedidos de refúgio ao Brasil aumentou quase 1.000%, de 566 para 5.256, só entre 2010 e 2013

O segundo motivo para o crescimento nas remessas é que uma parte maior delas está sendo contabilizada, graças a uma maior participação de empresas como Western Union e outras corretoras menores no processo.

O Banco Central só registra os recursos enviados de forma oficial, o que tende a ganhar importância em relação a outras técnicas mais rudimentares como envio por carta.

O dinheiro que os imigrantes brasileiros fora do país enviam para cá ainda é maior, mas teve queda: de US$ 1,94 bilhão em 2013 para US$ 1,91 bilhão em 2014.

(Redação + Agências)