A primeira onda de haitianos que se mudou para o estrangeiro visava buscar temporariamente oportunidades educacionais e abrigar-se da coação econômica e a opressão política em seu país. A deterioração socioeconômica, as políticas repressivas de François e Jean-Claude Duvalier (Papa Doc e Baby Doc, nesta ordem) e a ganância insaciável dos tontons macoutes eram, portanto, as principais causas dessa migração.
O país testemunha uma segunda onda, desta vez econômica, em andamento desde o início dos anos 1990. Com pelo menos 2 milhões de haitianos na diáspora, a remessa de recursos desses para a terra natal é um seguro importante que garante a dinâmica econômica nacional.
Devido ao terremoto no Haiti em 2010 e a epidemia de cólera em 2011, uma situação de tragédia e miséria se instalou no país. Assim, iniciou-se uma onda de imigração de moradores da ilha caribenha para o Brasil.
O bom momento econômico brasileiro na década passou a ser conhecido, e visto como oportunidade, pelos haitianos. Desta vez, o Brasil também é uma alternativa. Nessa, cresceu um fluxo em massa de imigrantes haitianos “ilegais” pela fronteira Norte brasileira.
Amparados pela Resolução nº 097/2012 da CNIg, esses 400 mil haitianos causaram movimentação em todos os níveis de mídia nacional e internacional. Este trabalho faz um levantamento de depoimentos destes imigrantes, e tece uma análise entre os fatos e representações.
Acesse aqui o texto integral da monografia IMIGRAÇÃO HAITIANA NA MÍDIA BRASILEIRA: ENTRE FATOS E REPRESENTAÇÕES, defendida pela igualmente haitiana Jenny Télémaque na Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ.