Pedido de estrangeiros para trabalhar no Amazonas cai pela metade em quatro anos.

Em quatro anos, os pedidos de autorização de trabalho de estrangeiros no Amazonas caíram mais da metade, segundo a Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enquanto em 2011 foram registrados 817 pedidos, no ano passado, foram 304, um recuo de 63%. Os investimentos efetuados por estrangeiros também caíram pela metade no Amazonas, de R$ 834,1 mil para R$ 410,7 mil.

A emissão de carteiras de trabalho para estrangeiros igualmente caiu no Estado. De 2,5 mil, em 2013, para 1,6 mil, no ano seguinte, segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas (SRTE/AM).

Durante o período de 2011 a 2014, o Japão dominou as requisições de visto de trabalho para o Amazonas, mesmo com uma queda de 97,5%, ao sair de 282 pedidos, em 2011, para 78, em 2014. Coreia do Sul, Tailândia, China e Estados Unidos alternaram a segunda colocação.

Segundo o MTE, especialista com vínculo empregatício é a principal situação dos pedidos, 37,5% (114). Assistência técnica para 90 dias sem vínculo, que até ano passado registrava o maior número de pedidos, caiu de 114 para 58, em quatro anos.

Nacional

Em 2014, um total de 51,7 mil trabalhadores estrangeiros foram autorizados a trabalhar no País, um aumento de 23%. Outros cerca de 10 mil, que vieram ao Brasil para curtos períodos, como por exemplo, para a manutenção de equipamentos, foram autorizados diretamente nos consulados dos países de origem, graças à modernização da legislação e deixaram de entrar na estatística do MTE.

Segundo relatório elaborado pela Universidade de Brasília (UNB), com o apoio do MTE, em 2011, 51% dos imigrantes se dirigiam para o Sudeste, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, a partir de 2012, houve um grande aumento de imigrantes no Norte, especialmente Acre e Amazonas. Essa região passou a abarcar 58% dos imigrantes que receberam autorizações permanentes em todo o Brasil.

Menos solicitações a caráter humanitário

Os estrangeiros que requisitaram visto de trabalho ou residência permanente em caráter humanitário constam separadamente no relatório. Ano passado, 605 estrangeiros nessa situação pediram o visto no Amazonas, enquanto que em 2013, foram 808, uma queda de 25%. Já em 2012, ano de maior fluxo de haitianos no Estado, os vistos de caráter humanitário chegaram a 3,3 mil.

No País, foram 3,8 mil pedidos, em 2014, enquanto em 2013 foram 2,1 mil. Haiti (49%) e Bangladesh (31%) aparecem em primeiro e segundo lugar. Do total, o Amazonas recebeu 15,6% dos pedidos, em 2014.

O Conselho Nacional de Imigração (CNI) – órgão responsável pela política de imigração no País – autorizou a concessão de 4,4 mil vistos permanentes ou residência permanente no Brasil, das quais, 3,8 mil para pessoas do sexo masculino e 601 para pessoas do sexo feminino, sendo 285 devido à união estável, sem distinção de sexo e 30 situações especiais envolvendo investidores estrangeiros, o restante em caráter humanitário.

Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), os grupos ocupacionais que tiveram maior aumento de imigrantes são a produção de bens e serviços industriais (163,8%), profissionais das ciências e das artes (100%), trabalhadores qualificados agropecuários, florestais e da pesca (95,6%) e trabalhadores em serviços de reparação e manutenção (45,4%).

Beatriz Gomes

(Diário do Amazonas – 22/03/2015)