Alto número de imigrantes deixa abrigo em Rio Branco superlotado.

O abrigo de imigrantes em Rio Branco, no Acre, está superlotado. O local, que tem capacidade para alojar em torno de 240 pessoas, chegou à última semana de março com mais de mil.

Russelino Barbosa, administrador do local, diz que uma das razões para essa superlotação é o aumento inesperado do número de imigrantes que chegam diariamente à capital acriana

“Desde o início do ano, começou a aumentar o fluxo dos imigrantes no estado, e nós ainda não conseguimos identificar qual foi o motivo. Até o final do ano passado a média era 45/50 diário, e agora a média tá sendo 120. Então, aumentou muito. Nós não conseguimos identificar qual é o problema, o que que tá causando essa vinda em grande número”.

Ainda de acordo com Russelino Barbosa o fim do contrato com as empresas de ônibus que levam os imigrantes, em sua maioria haitianos, para o Sudeste brasileiro, também pode ser responsabilizado pelo cenário.

“Mesmo assim, vencido o contrato, a empresa ainda ficou cedendo um ônibus… Todo dia saía um ônibus com 88 pessoas, aí quando venceu o contrato, mesmo assim a empresa ficou cedendo, diariamente, um ônibus, e saía apenas 44, então foi aumentando o número deles aqui.”

A dívida do governo estadal com a empresa de transporte Solimões está na casa dos três milhões de reais.

A Secretaria de Desenvolvimento Social apresentou um plano ao governo, solicitando a quantia de quase 13 milhões de reais, para os próximos seis meses, para continuar oferecendo transporte aos imigrantes. Agora o plano é avaliado pelo Ministério da Justiça.

Desde 2010, o Acre tem sido a principal porta de entrada de imigrantes no Brasil. O fluxo foi iniciado por haitianos que abandonavam o país caribenho destruído por um terremoto. Ao longo desses quase cinco anos, senegaleses e dominicanos adotaram a mesma rota dos haitianos.

Até o ano passado, os imigrantes encontravam assistência humanitária em Brasileia, cidade acriana na fronteira com a Bolívia. Mas desde abril do ano passado o acolhimento passou a ser feito na capital, Rio Branco.

Desde então, segundo estimativa da Secretaria de Justiça, 12 mil estrangeiros passaram pelo abrigo.

Graziele Bezerra

(EBC – 30/03/2015)