Após mais de um ano, imigrante haitiano reencontra família no RS.
Um imigrante haitiano que vive em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, conseguiu na Justiça o direito de trazer a mulher e o filho para o Brasil. Após um ano e três meses longe da família, o reencontro ocorreu na manhã desta quinta-feira (13/08) no Aeroporto Salgado Filho, na capital.
Romario Negriel, de 32 anos, é um dos muitos imigrantes que fugiram da miséria e do desemprego no Haiti, devastado pelo terremoto de 2010. Ele entrou no Brasil em maio de 2014 pela fronteira com o Acre, após ter passado por República Dominicana, Equador e Peru, em uma viagem que durou nove dias.
No Haiti, Romário era professor de línguas e morava com a família. Mas depois do terremoto, viu sua vida desmoronar junto com a de milhares de pessoas. Veio para o Brasil tentar uma oportunidade. Conseguiu emprego na construção civil em Canoas, onde se instalou. Mas faltava uma coisa.
“Viver longe da família é uma coisa muito, muito dificil. Agora, Deus vai mudar as coisas. Agora, eu vou dormir tranquilo. Tudo vai ficar normal”, já comemorava Romario, antes da chegada da mulher e do filho.
O reencontro da família ocorreu no saguão do aeroporto. Depois de 12 horas de voo, com escala no Panamá, Chales e Yudson, de dois anos, chegaram a Porto Alegre vestidos para a ocasião especial. E logo receberam beijos e abraços de Romario, que estampava um grande sorriso de felicidade.
Enquanto trabalhava como azulejista para mandar dinheiro para a família no Haiti, Romario também contou com a ajuda de anjos da guarda em Canoas. Um grupo de voluntários ajuda os imigrantes haitianos que vivem na cidade. Foi o mesmo grupo que entrou com uma ação na Justiça Federal para trazer a família de Romario.
“A gente montou esse grupo que tem mais ou menos 40 voluntários hoje e ali a gente foi tendo ideias. Até que uma das advogadas do grupo, Adriana Pires, teve essa ideia de trazer a família do Romario, via aérea, sem precisar de visto “, diz a voluntária Juciane Leal.
Com a decisão da Justiça, a mulher e o filho de Romario entraram no Brasil sem a exigência de visto. Agora, eles vão aguardar pelo visto humanitário, que dá o direito de permanecer no país. Com isso, poderão retirar documentos como Carteira de Trabalho e CPF.
Antes de tudo isso, porém, a família tem outro compromisso. Como estavam separados, Yudson não teve festinha no aniversário de primeiro ano. Comemoração que o pai promete para este fim de semana. “Eu falei com minha esposa, quando eles chegarem ao Brasil, eu vou fazer a primeira festa da vida dele”, comemora Romario.
Veja aqui matéria sobre o processo
(G1 – 13/08/2015)