
A cineasta e roteirista alemã Isabella Oliveira Parise Kröger tem descendência brasileira e está investigando vários aspectos socioculturais e psicológicos da imigração italiana no Brasil após a abolição da escravidão, em 1888.
Em três níveis de tempo, ela quer contar a história de uma família, cujo movimento central é o da migração. O avô, que vem criança para o Brasil; a filha, que sai do Brasil para estudar na Europa; e o neto, que volta. As heranças emocionais vão trazer grande impacto nas vidas dessas três personagens de três gerações.
Ela pretende desenvolver uma trauma narrative que oferece a possibilidade de experienciar a posição social e a condição emocional das personagens. O que acontece com uma pessoa que é discriminada? Ela tenta se assimilar e adaptar aos registros de status no país onde vive? Ela vira rebelde? Quais são os desafios enfrentados? Quem volta, quem evita? O que faz com que a gente se sinta “em casa” (as experiências sensoriais tão diferentes em culturas e até locais diferentes no mesmo país).
Seu objetivo é criar uma experiência audiovisual para o público poder experienciar o sentimento de ser “desenraizado” e nunca poder voltar, falando também da sociedade que cria o estigma que muda ao percorrer do tempo, dependendo do lugar e do poder ligado ao passaporte e à pessoa. E assim, realmente oferecendo tudo que o gênero do melodrama necessita.
A cineasta tem interesse em basear seu roteiro em diversas entrevistas e também em pesquisas na universidade com especialistas do tema da migração, como o Professor Mohammed Elhajji, explica. Além disso, ela se interessa pelos artistas que se ocuparam e ocupam com esse tema, já que as migrações fazem parte da identidade brasileira. Com o filme, ela quer facilitar a compreensão do destino e dos vários desafios de outros migrantes que chegam na Europa, porque a estória deles é, no fundo, a estória de todos que experienciaram esse movimento de migração.
Tem interesse em participar do projeto da Isabella? Você pode mandar um email para nós no oestrangeiro.org@gmail.com ou no privado das nossas redes sociais (Facebook ou Instagram).