Triplica número de refugiados nas Olimpíadas no Japão

Trinta e cinco refugiados participam na condição de atletas independente nas Olimpíadas do Japão. O número é três vezes maior que o registrado na edição anterior, quando uma comitiva de 10 refugiados participou dos Jogos Rio 2016. De acordo com matéria da Agência Brasil, neste ano, serão 29 atletas disputando medalhas olímpicas e 6 paralímpicas no Japão. Os atletas são de 11 diferentes nacionalidades, acolhidos em 14 países diferentes, que buscam a bandeira olímpica, mas não representam seu país de origem. O judoca congolês Papole Misenga, que mora no Brasil, é um dos refugiados que participa na disputa pela medalha no judô, segundo matéria do Globoesporte.

Foto: Congolês Papole Misenga disputa o judô (AP)

Refugiado venezuelano ganha ajuda brasileira no boxe em Tóquio

O venezuelano Eldric Samuel Sella Rodríguez foi a Tóquio sem técnico ou equipe para participar da competição do boxe nas Olimpíadas do Japão. Rodríguez é um dos 56 atletas de todo o mundo que recebem um valor em dinheiro do próprio COI para ajudar em seus treinamentos. O nome do programa é Solidariedade Olímpica. De acordo com matéria do Globo.com, o venezuelano recebeu ajuda de última hora de treinador e chefe de equipe do Brasil em luta contra dominicano.

Refugiado símbolo da comida síria em SP é hospitalizado com Covid ao voltar ao país, mas se recupera

Desde que chegou ao Brasil como refugiado de guerra, em 2013, O sírio Talal Al Tinawi voltou ao seu país oito anos após chegar ao Brasil. Engenheiro de formação, Tinawi ficou conhecido de muitos moradores de São Paulo por vender comida típica por encomenda e em eventos. Durante a visita a Damasco, foi contaminado pela Covid-19 e teve dificuldades para ser internado em um hospital da cidade. Para bancar as despesas, a família pegou um empréstimo e fez vaquinha virtual para arrecadar ajuda. De acordo com matéria da Folha de S.Paulo, a família já teve um restaurante no bairro do Brooklin, na zona sul de São Paulo, que acabou fechado, e hoje trabalha com entregas de comida síria e eventos. No ano passado, eles doaram 300 marmitas para idosos em quarentena, em agradecimento pela acolhida do Brasil. O site MigraMundo informou que no fim do mês o sírio havia saído do hospital e se recuperava com a família. Segundo parentes de Tinawi, R$64 mil foram doados ao tratamento.

Wallace promete trocar camisa por quadro com refugiado congolês

O jogador de vôlei Wallace e o artista plástico Israel Lavi, refugiado congolês que vive no Brasil, tiveram um encontro virtual promovido pela campanha “Reflexos”, realizada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que reúne atletas olímpicos e refugiados empreendedores. Durante a conversa, Levi prometeu a Wallace que faria um retrato dele para agradecê-lo por tudo o que o atleta já conquistou pela seleção brasileira. “O dia em que eu for no seu jogo vai ser o dia que eu vou fazer um retrato da sua foto. Uma pintura para você”, prometeu ele, de acordo com matéria publicada no Uol. “Hoje eu me sinto muito brasileiro. Eu defendo esse país, defendo essa seleção”, disse Levi a Wallace que, por sua vez, prometeu que daria sua camisa ao congolês.

Fome, desemprego e medo estão entre dificuldades de refugiados no Brasil

Apesar de muitas fronteiras fechadas devido à pandemia, número de refugiados no mundo não parou de crescer. O Brasil recebeu, em 2020, quase 29 mil novas solicitações, a maior parte de venezuelanos. Atingidos pela covid-19, essas pessoas, que já estavam em uma situação vulnerável, foram ainda mais prejudicadas. De acordo com matéria do Correio Braziliense, a fome, o desemprego e o medo estão entre as dificuldades enfrentadas pelos refugiados no Brasil. Um dos primeiros atos do governo federal após o início da emergência sanitária no mundo foi o fechamento da fronteira terrestre com a Venezuela. Uma decisão criticada por organizações humanitárias e que só foi revista, com ressalvas, no fim de junho.

Porto Alegre inaugura centro de acolhida a migrantes estrangeiros

A Casa do Migrante Guadalupe foi inaugurada em julho, em Porto Alegre. O espaço, uma casa com pátio e quartos familiares ou compartilhados no bairro Vila Nova, tem como objetivo acolher e auxiliar as famílias migrantes recém-chegadas no Brasil. O espaço é organizado pelo Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações – CIBAI Migrações, instituição referência na defesa e garantia dos direitos dos migrantes no Estado vinculado à Paróquia da Pompéia. Na Casa do Migrante Guadalupe serão acolhidas famílias migrantes, recém-chegadas no país e em vulnerabilidade social. De acordo com matéria do Jornal do Comércio, os grupos serão encaminhados pelo CIBAI Migrações e poderão permanecer na instituição por sete dias, prazo que pode ser prorrogado de acordo com o caso. O local tem capacidade para acolher aproximadamente 60 pessoas e oferece área de convivência comunitária, quartos familiares ou compartilhados. Além disso, contará com serviços de alimentação, higiene pessoal, roupas, pouso, descanso, orientação, comunicação e transporte. Os migrantes também terão apoio e encaminhamentos a recursos como regularização de documentos, trabalho, creches, escolas e saúde.

Estados fronteiriços receberão doses extras de vacinas

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que serão enviadas doses extras de vacinas contra a Covid-19 para seis estados que fazem fronteira com outros países. De acordo com o ministro, o objetivo é avançar na vacinação nessas localidades para criar uma espécie de “cordão sanitário” e restringir a entrada de variantes do novo coronavírus no Brasil. Doses extras serão enviadas para os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Roraima e Santa Catarina. Segundo Queiroga, as doses serão suficientes para aplicação em 279 mil pessoas. A matéria foi publicada pela Agência Brasil. “O trânsito dos cidadãos de países vizinhos pode trazer e levar doenças. Por isso, o controle sanitário é necessário para que consigamos ter uma promoção em saúde em padrões que desejamos para o Brasil e para os nossos irmãos da América do Sul”, disse o ministro.

Cerca de 3 mil crianças brasileiras entraram indocumentadas nos EUA

Em maio e junho de 2021, 2.857 bebês e crianças brasileiros com até 6 anos de idade atravessaram irregularmente a fronteira dos Estados Unidos com o México e acabaram detidas pelo serviço de migração. Os dados são do órgão americano de Alfândega e Controle de Fronteira, e foram divulgados pela BBC News Brasil. O total de menores de 6 anos apreendidos por agentes americanos em apenas dois meses já supera todo o acumulado dos 7 meses anteriores. Destas 2.857 crianças, 12 entraram no país sem a companhia dos pais ou de algum responsável legal por elas e, no momento do encontro com autoridades americanas, foram mantidas temporariamente sob custódia do governo. Os números da imigração brasileira irregular têm crescido a cada mês, e atraído atenção crescente do serviço migratório americano. O país já é a sétima origem mais frequente de migrantes sem visto, à frente de Cuba, Haiti, Nicarágua, Colômbia e Venezuela, países que vivem intensas crises domésticas e com histórico de remeter grandes quantidades de população ao território americano. A cifra de brasileiros detidos em 2021 ao avançar pela fronteira dos EUA sem visto (29,5 mil) é o recorde registrado em toda a série histórica, que mede tais movimentos por nacionalidade desde 2007. Há 10 anos, em 2011, apenas 472 brasileiros foram detidos na mesma condição.

Criança argentina com paralisa cerebral é impedida de continuar tratamento no Brasil

Um menino de 4 anos com paralisia cerebral que mora em Porto Iguaçu, na Argentina, foi impedido de seguir sua reabilitação em Foz do Iguaçu, que fazia desde bebê. Embaixada argentina autorizou passagem pela fronteira, mas a liberação não foi recíproca no Brasil. O Itamaraty justificou não ter recebido nota verbal da embaixada argentina. A matéria foi publicada pelo site G1. Até a publicação da reportagem, o governo argentino não havia divulgado data para a reabertura das fronteiras terrestres entre o país e o Brasil.

Por Fernanda Paraguassu
Jornalista e pesquisadora do Grupo Diaspotics