Menos conhecida que o intercâmbio estudantil, a mobilidade de servidores também contribui na internacionalização da Universidade.
No último mês de outubro (2014), a Unesp recebeu a visita de dois funcionários de universidades estrangeiras como parte de programas de mobilidade internacional específicos para este grupo. Apesar de ser menos conhecida que intercâmbios envolvendo estudantes e professores, a mobilidade de servidores está contemplada em uma série de projetos que envolvem a universidade.
David Sanchez Cabrera trabalha no escritório de relações internacionais da Universidade de Cadiz, na Espanha, e esteve na Reitoria da Unesp pelo período de uma semana, enquanto a francesa Marion Demay permanecerá um mês acompanhando as atividades da Assessoria de Relações Externas (Arex) e visitando outras universidades parceiras antes de retornar às suas atividades na Universidade de Lille.
Esta não é a primeira vez que o espanhol deixa o país para conhecer práticas e experiências em outras universidades. Segunda David, no caso da Universidade de Cadiz, a mobilidade de funcionários está inserida em uma política institucional que entre outras finalidades pretende levantar práticas e ideias que podem ser implantadas na instituição espanhola.
Da curta experiência brasileira, o espanhol pretende levar para Cádiz a proposta de um projeto de banco de dados nos moldes que a Unesp desenvolveu para administrar a admissão de estudantes estrangeiros que chegam ao Brasil e dos unespianos que vão para o exterior. “O banco de dados é fantástico. Atualmente, eu levo três semanas do meu trabalho para incluir as solicitações dos estudantes nos nossos sistemas. Aqui, vocês levam dois minutos”, afirmou.
Marion Demay destaca que a mobilidade também permite conhecer o dia a dia dos parceiros internacionais da universidade francesa. Unesp e Universidade de Lille, por exemplo, são parceiras na coordenação do projeto IBrasil, do programa Erasmus Mundus, desde julho de 2013. “É importante conhecer o dia a dia da pessoa com quem você conversa quase todo dia”, explica a francesa. “Às vezes você tem uma demanda, mas não tem conhecimento sobre quem exatamente pode te ajudar nessa área. Conhecendo melhor a atividade do escritório é possível ter uma idéia melhor de com quem você deve falar em cada caso”.
As oportunidades para esta modalidade de intercâmbio começaram com a aprovação da Unesp nos diversos projetos do programa Erasmus (projetos IBrasil, BeMundus, SudUE e Babel) e com a participação em grupos de universidades como AUGM (Associación de Universidades Grupo Montevideo) e Grupo Compostela. Todos eles oferecem mobilidades para servidores em períodos curtos.
Interessados em participar do programa podem se informar nos ERIs (Escritórios de Representação Internacional) de cada unidade, na página da Assessoria de Relações Externas (Arex) ou pelo email (erasmus@reitoria.unesp.br). Ambos podem oferecer inforções sobre a abertura de editais, oportunidades de mobilidade e requisitos para candidatura. De 2013 para cá, seis servidores da Unesp já participaram de programas de mobilidade no exterior e seis estrangeiros já visitaram a universidade.
Rodrigo Rabelo foi o pioneiro neste tipo de mobilidade. O servidor de Rio Claro retornou há pouco tempo de um intercâmbio de aproximadamente um mês na Universidade de Lund, na Suécia. Rodrigo atua na sessão de pós-graduação do departamento de Geografia da Unesp e mesmo antes de chegar ao país escandinavo já tinha suas atividades programadas pelo coordenador regional para a América Latina da universidade sueca, Miguel Cornejo Herrera.
Na Suécia, a programação de Rabelo incluiu visitas às instalações das faculdades e conversas com os coordenadores de mestrado da universidade, no intuito de saber como trabalhavam e como funcionavam os processos do seu setor dentro da instituição sueca. “A programação foi bem focada em buscar as diferenças entre os sistemas educacionais do Brasil e da Suécia”, explica. Em determinada ocasião, Rabelo ajudou os colegas no arrival day, o dia em que a universidade recebe seus intercambistas. “Em algumas ocasiões, este evento envolve dois mil alunos estrangeiros”, explica.
A experiência na instituição sueca permitiu ao servido identificar algumas diferenças na gestão das duas universidades. “Achei curioso que na Universidade de Lund os coordenadores dos programas de pós-graduação em geral não são docentes. Na maioria das vezes, eles são servidores com formação em administração e gestão”, observa Rabelo.
A Universidade de Lund é tida como uma das principais instituições de ensino superior da Europa, figurando entre as cem melhores em diversos rankings. Além de estar veiculada ao programa Babel, do qual a UNESP participa, a instituição sueca também está presente no programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal.
(Unesp – 08/01/2015)