Número de imigrantes inseridos no mercado de trabalho formal brasileiro caiu 13% em decorrência da crise econômica.
Em 2016, o número de imigrantes inseridos no mercado de trabalho formal brasileiro caiu 13% em relação a 2015 e 23% em relação ao seu auge, em 2014. Segundo o Relatório Anual 2017 de migrações e mercado de trabalho no Brasil, divulgado pelo Observatório das Migrações Internações (OBMigra) com o apoio do Conselho Nacional de Imigração (Cnig) e do Ministério do Trabalho, atualmente há 94 mil imigrantes empregados no Brasil. Os dados mostram que 95% das contratações formais foram para postos temporários e, ao longo de 2016, apenas 28,7 mil imigrantes conseguiram autorização para entrada no mercado formal brasileiro.
Os efeitos da crise econômica do Brasil, que antes não tinha afetado tantos os imigrantes, passam a ser alarmantes com o reflexo negativo no agronegócio – setor que abriga um número expressivo de estrangeiros, principalmente haitianos e latino-americanos. Até 2012, o principal setor ocupacional de imigrantes era o de ciências e das artes. Depois, o setor dos trabalhadores da produção de bens e serviços industriais assumiu primazia.
Segundo o coordenador da pesquisa, Leonardo Cavalcante, “os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do primeiro semestre apontam para uma pequena recuperação” e alerta para a desmitificação da teoria popular de que estrangeiros roubam as vagas dos nativos, já que imigrantes representam menos de 1% da população brasileira.
59% dos imigrantes inseridos no mercado de trabalho formal em 2016 são da faixa etária de 20 a 40 anos e brancos. A parcela composta por pessoas com ensino superior completo diminui para 30% e a representação que mais cresceu foi venezuelana. Contudo, os haitianos continuam sendo maioria no mercado formal brasileiro, representando 30% dos empregados, em função da concessão de vistos humanitários devido a diversas crises que atingiram o país nos últimos anos.
O Ministério da Justiça apontou as regiões Sul e Sudeste como as principais localidades de permanência de estrangeiros e os maiores empregadores estaduais são São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No momento, 690 mil pessoas estão no Brasil de forma permanente e 359 mil temporariamente.
Nathalia Barbosa