Veja as notícias em destaque no mês de junho de 2020 em relação a migração e refúgio no Brasil.
Brasil bate recorde de pedidos de asilo em um ano
Com 82,5 mil solicitações, o Brasil bateu recorde de pedidos de asilo em um ano, segundo matéria do jornal O Globo. De acordo com o relatório “Tendências Globais”, divulgado pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), as Américas se tornaram o maior destino de refugiados do mundo, com quase um milhão de novos pedidos em 2019. Seis de dez nações que registraram o maior número de pedidos estão na região: Estados Unidos, Peru, Brasil, México, Costa Rica e Canadá. Os principais motivos que levaram a esse cenário foram a crise na Venezuela e o acirramento de problemas sociais e políticos em países da América Central.
Idioma é apontado como principal barreira para refugiados no Brasil

Refugiados de diferentes países, como Síria, República Democrática do Congo e Venezuela, apontaram o idioma como a principal barreira para se reestabelecer no Brasil. De acordo com a pesquisa “Jornada pelo refúgio no Brasil”, feita pelo Acnur, publicada no site da Agência de Notícias Brasil-Árabe, os refugiados também citaram dificuldades para encontrar trabalho, moradia e obter documentos. Foram entrevistados 30 refugiados para a pesquisa, sendo que 18 deles estavam empregados à época do questionário.
Imigrantes e refugiados médicos ajudam no combate à pandemia no Brasil
Em paralelo às instituições de governo, migrantes e refugiados atuam no combate à pandemia no Brasil, em cidades como Boa Vista e São Paulo. De acordo com matéria publicada no jornal Nexo, o Brasil é o novo epicentro mundial da pandemia e alguns sistemas de saúde estaduais e municipais de saúde estão sobrecarregados. A incorporação desses profissionais pode ser uma saída para aumentar a capacidade do sistema, no entanto, a matéria destaca obstáculos no processo burocrático para trabalharem no país. Atualmente, o Brasil tem mais de 15 mil médicos, entre imigrantes e brasileiros diplomados no exterior, aguardando a revalidação do diploma, um processo longo e caro. Por conta da pandemia, o governo brasileiro publicou edital para incorporar médicos cubanos em 1864 municípios, a partir do que está na Lei dos Médicos pelo Brasil.
Pandemia cria novos desafios para acolhimento de venezuelanos no Brasil
A paralisação da economia causada pela pandemia da Covid-19 aumentou os desafios para o acolhimento e a interiorização de venezuelanos no Brasil. Segundo matéria publicada pelo site Terra, o aumento do desemprego também atingiu imigrantes. Barreiras da língua e da burocracia também dificultam o acesso aos benefícios do governo. As operações de interiorização tiveram que ser reestruturadas para evitar que pessoas de outras regiões transmitissem o vírus a outros em isolamento. A suspensão das aulas foi outro ponto que precisou de ajustes na nova rotina de crianças e adolescentes. As iniciativas pelo Acnur em parceria com Aldeias Infantis SOS Brasil.
Fronteira com o Brasil preocupa Argentina
Autoridades argentinas demonstraram preocupação com a fronteira com o Brasil por conta da pandemia. Considerada como uma peneira, a fronteira entre os dois países tem mais de 1,2 mil quilômetros. O alto número de casos confirmados da doença no Brasil torna o país uma ameaça sanitária para os argentinos, segundo matéria publicada no site Uol. “Não podemos relaxar”, afirma ao La Nación o governador de Missiones, Oscar Herrera Ahuad, que é médico.
Festival online promove troca cultural para apoiar refugiados no Rio
O “Rio Refugia” é um evento realizado anualmente com diversas atividades, como música, culinária, artesanato e outras manifestações culturais, para promover o intercâmbio cultural e apoiar refugiados no Rio de Janeiro. A edição deste ano foi realizada no ambiente digital por conta do isolamento social. De acordo com matéria publicada no jornal O Globo, também foi feita campanha de doação de recursos para beneficiar 100 famílias com cestas básicas e kits de higiene. Entre os produtos oferecidos no “Rio Refugiada” estava uma cesta de produtos de origem árabe, como focaccia, tempero e licor, preparada pela chef venezuelana de família libanesa Maria Elias, de 54 anos, que mora no Rio com marido e dois filhos desde 2015.
Por Fernanda Paraguassu
Jornalista e pesquisadora do Grupo Diaspotics