Mulheres relatam desafios de ser imigrante no Brasil

Uma boliviana, uma congolesa e uma venezuelana relatam desafios de serem imigrantes no Brasil, ainda mais durante a pandemia, no episódio de 27/6 do Conversa de Portão, um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL. Além do preconceito, muitos migrantes não conseguem acessar atendimento médico porque não estão com situação regularizada. Atualmente, não é possível saber quanto migrantes morreram de Covid-19 ou foram contagiados no Brasil porque os formulários de atendimento não contemplam a nacionalidade.

STJ decide soltar refugiada togolesa presa há 6 meses

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu soltar a refugiada togolesa Falilatou Estelle Sarouna. Ela estava presa preventivamente desde dezembro do ano passado por conta da Operação Anteros, que investigou um megaesquema transnacional de golpes e extorsões online. De acordo com matéria publicada pela Folha de S.Paulo, entidades de direitos humanos, acadêmicos e parlamentares defendem que a imigrante é inocente e que teve seu nome usado indevidamente pela organização criminosa. Falilatou tem 43 anos e mora no Brasil desde 2014. Trabalhava como vendedora ambulante para sustentar seu filho de 12 anos e parte da família que seguem no Togo.

Empresas contratam imigrantes para aumentar diversidade

A contratação de imigrantes passou a ocupar posição de relevância em empresas que priorizam a diversidade, de acordo com matéria publicada na revista Exame. Alguns gigantes já ocupam posição de destaque nesta frente de incursão de imigrantes no quadro geral. A Accenture, por exemplo, já contratou 30 refugiados em 2019 e 2020 por meio de seu projeto de capacitação. Já a varejista Renner contratou 86 imigrantes desde 2016. As duas empresas foram mencionadas no Guia Exame de Diversidade  como parte dos 30% de companhias brasileiras respondentes da pesquisa que possuem políticas internas de conscientização e diversidade especificamente sobre refugiados. Uma parceria com a ONG Estou Refugiado, que foca na inserção de pessoas refugiadas no mercado de trabalho e tem mais de 70 empresas parceiras, já auxiliou na contratação de 2 mil refugiados desde 2015.

São Paulo tem alunos de 97 nações na rede municipal

Matéria publicada pelo site G1 pelo Dia do Imigrante, em 25/6, informa que a cidade de São Paulo tem 7.777 estudantes de 97 nações na rede municipal. No ano passado, eram 7.350, o que representa um aumento de 5,8%. As nacionalidades com mais presença são boliviana, haitiana e venezuelana. Especialistas destacam que a criança é a parte mais vulnerável do processo migratório. Embora os números absolutos sejam pequenos, há casos em que os estrangeiros são maioria, como na Escola Municipal de Educação (EMEI) Guilherme Rudge, na Mooca, Zona Leste da cidade. Dificuldades com o idioma e a evasão estão entre os principais, enquanto o contato entre culturas é apontado pelos profissionais de ensino como um fator positivo para a convivência entre os alunos.

Pandemia reduz imigração para o Brasil

A pandemia reduziu em cerca de 50% o número de imigrantes registrados no Brasil em 2020. Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de Pernambuco, dados divulgados pelo Ministério da Justiça e pelo OBMigra (Observatório das Migrações Internacionais) revelam que o número de pedidos de residência por parte de estrangeiros caiu de 181.556 em 2019 para 92.521 em 2020. A queda interrompeu o movimento de aumento contínuo nesses dados que vinha acontecendo desde 2015. “As fronteiras ficaram fechadas boa parte do ano passado. Continuaram vindo algumas pessoas, mas não no volume de antes”, explica Tadeu Oliveira, coordenador estatístico do OBMigra.

Organização denuncia Brasil à ONU por políticas contra imigrante na pandemia

A organização Conectas Direitos Humanos apresenta uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU contra o Estado brasileiro, acusando-o de implementar políticas ilegais e discriminatórias contra imigrantes em meio à crise da Covid-19, segundo matéria publicada na coluna da Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo. De acordo com a matéria, a sustentação ainda deve afirmar que há falta de transparência e de prestação de contas por parte das Forças Armadas em relação à Operação Acolhida, que presta apoio a imigrantes venezuelanos. A denúncia é feita junto com as entidades I-Migra, Sefras e a Rede de Advocacy Colaborativo.

Brasil tem 60 mil refugiados reconhecidos

O Brasil reconheceu 60 mil pessoas como refugiadas, de acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Matéria publicada pelo site G1 informa que cerca de 26 mil tiveram o refúgio concedido em 2020. Os dados fazem parte do relatório Refúgio em Números. A maior parte dos pedidos está concentrada na região Norte do país, reflexo do fluxo de venezuelanos que atravessam a fronteira por Roraima.

Acnur estimula empresas a contratar refugiados

Iniciativas da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançou o Fórum Empresas com Refugiados para promover a contratação de refugiados por empresas que atuam no Brasil. De acordo com matéria publicada pelo Correio Braziliense, 21 organizações empresariais aderiram à iniciativa.

Time olímpico de refugiados terá 29 atletas nos Jogos de Tóquio

Refugiados espalhados pelo mundo não podem competir pelos países em que nasceram. Com isso, integram o time olímpico dos refugiados em Tóquio, que conta com 29 atletas. No site do Fantástico, da TV Globo, foram publicadas algumas histórias de atletas que lutam pela conquista da medalha nos Jogos de Tóquio.   

Brasil reabre fronteira terrestre para venezuelanos em situação vulnerável

O governo brasileiro liberou a entrada de migrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade social que passam a fronteira em Pacaraima, no estado de Roraima. A portaria com as novas regras para restrições excepcionais e temporárias de entrada no país foi publicada no dia 24/6, no Diário Oficial da União. A fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela estava fechada desde 18 de março de 2020, como medida para conter o avanço da pandemia de Covid-19. De acordo com matéria publicada pelo G1, apesar da flexibilização, a fronteira continua oficialmente fechada. Por conta disso, as entradas diárias serão limitadas a uma quantidade ainda a ser definida.

Foto: Meninos bolivianos Iker e Leonardo Zapata, que estudam na EMEI Guilherme Rudge, em São Paulo. Bárbara Muniz Vieira/G1

Por Fernanda Paraguassu
Jornalista e pesquisadora do grupo Diaspotics