Reportagem sobre mulheres venezuelanas vence prêmio de jornalismo sobre migração
A reportagem “Diário de uma refugiada: venezuelana conta experiência de migrar ao Brasil”, publicada pela Folha de S.Paulo, foi uma das vencedoras do Prêmio Sul-Americano de Jornalismo sobre Migração. O prêmio é organizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). De autoria de Flavia Mantovani, com fotos de Bruno Santos e vídeo de Jasmin Endo Tran, a matéria traça um perfil de mulheres venezuelanas que migraram para o Brasil e mudaram a demografia e de deslocamentos internacionais no país.
Imigrantes e parlamentares tentam reverter parecer contrário de relator ao PL de regularização migratória
O relator do Projeto de Lei 2699/2020, que prevê a regularização de imigrantes indocumentados no Brasil por questões humanitárias em razão da pandemia, recomendou rejeição à proposta, durante reunião na Câmara dos Deputados. De acordo com o MigraMundo, o deputado federal Jefferson Campos (PSB-SP), relator do projeto, afirmou que o atual estágio da pandemia de Covid-19 não justifica a concessão dessa possibilidade e que os imigrantes se encontram contemplados pelas medidas já anunciadas pelo governo para conter a pandemia. Ainda segundo o deputado, há portarias que restringem a entrada no Brasil de pessoas de outros países e a falta de designação de uma fonte de recursos para viabilizar a regularização.
Pesquisa revela que refugiados e migrantes no Brasil têm menos acesso a políticas de inclusão
Pesquisa realizada pela ONG Visão Mundial e pelo Instituto Ethos revela que 68,4% das 80 organizações brasileiras entrevistadas pelo estudo possuem algum tipo de política interna para inclusão e promoção de igualdade de grupos minoritários. No entanto, das empresas que possuem políticas inclusivas, apenas 52% possuem ações direcionadas para refugiados e migrantes. De acordo com matéria da CNN, os programas de promoção da igualdade para este grupo estão presentes também em menos estados: apenas cinco dos onze estados, incluindo o Distrito Federal, analisados têm empresas com ações nesse sentido. Segundo o diretor de Operações da ONG Visão Mundial, Thiago Machado, é necessário envolver prefeituras e empresas menores no engajamento de políticas voltadas aos migrantes e refugiados.
Há quase 20 anos, Brasil recebia 100 refugiados afegãos em iniciativa inédita
A BBC Brasil conta a história de afegãos que chegaram ao Brasil há quase 20 anos, quando o Brasil implementou um programa de reassentamento e levou famílias para Porto Alegre, após o início da Guerra do Afeganistão. Numa medida inédita para o Brasil, o Ministério da Justiça firmou acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), para reassentar cerca de 100 afegãos que estavam em campos de refugiados na Índia e no Paquistão. Apesar de o Brasil ser um mistério para grande parte dos refugiados que seriam reassentados, a expectativa era grande: as crianças poderiam ir à a escola e os adultos teriam ajuda financeira da Acnur por pelo menos um ano. Ao longo do período, a matéria conta que alguns ficaram no Brasil, enquanto outros partiram. “Para pessoas vindas de muito longe, de áreas do Oriente Médio e da África, a cultura brasileira é muito diferente. Há um choque cultural. Depois, tem a barreira do idioma, que é preciso transpor para alcançar o mercado de trabalho”, disse o porta-voz da Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho, à BBC News Brasil.
Projetos de três estados para migrantes e refugiados recebem recursos do governo
O programa Migrajus, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), vai destinar R$ 2 milhões para cinco projetos selecionados nos estados do Amazonas, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina. De acordo com a Agência Brasil, a ação será executada por entidades da sociedade civil, selecionadas por meio de edital de chamamento público, para o atendimento de imigrantes e refugiados com a disseminação de informações sobre legislação migratória e programas de inclusão social. Cada entidade receberá R$ 400 mil, a serem utilizados em 18 meses a partir da assinatura do acordo.
Brasil avalia concessão de visto humanitário para afegãos
O Itamaraty informou à BBC News Brasil que o governo brasileiro avalia estender para afegãos o esquema de visto humanitário que atualmente existe para facilitar a entrada de sírios e haitianos no país. Diante da iminente diáspora afegã, a Organização das Nações Unidas fez um apelo para que os países abram suas fronteiras e recebam os refugiados. No caso do Brasil, segundo a matéria, viabilizar um sistema de visto humanitário para afegãos pode ser um caminho para facilitar acesso ao território brasileiro. Diferentemente do visto de refúgio, que deve solicitado pelo estrangeiro quando ele já está em território brasileiro, o pedido de visto humanitário pode ser feito em consulados brasileiros no exterior, antes do embarque, e costuma ter tramitação rápida.
Livro Migrantes traz ilustrações de artista peruana sobre refugiados
O livro Migrantes, com ilustrações da artista visual peruana Issa Watanabe, narra a jornada de migração de um grupo de animais antropomorfizados (remetem a homens mulheres, velhos e crianças que aparentam diferentes nacionalidades) tem grande força imagética. De acordo com matéria publicada no UOL, a obra apresenta também um testemunho impactante de todo o sofrimento daqueles que deixaram uma vida de angústias e incertezas para trás em busca da esperança de dias melhores. A edição brasileira é resultado da parceria do Selo Emília, Solisluna Editora (www.solisluna.com.br), e Livros da Raposa Vermelha.
Governos e instituições se manifestam sobre situação de afegãos
O governo brasileiro divulgou nota em que expressa preocupação com a deterioração da situação no Afeganistão, e afirma ser necessário preservar os ganhos obtidos nas últimas décadas em relação aos direitos humanos, à democracia e ao desenvolvimento socioeconômico do país. O G1 traz ainda a manifestação de governantes e instituições de diversas nações sobre a situação dos afegãos, e anunciaram a intenção de acolher refugiados. O presidente da França, Emmanuel Macron, por exemplo, disse que o seus país está de portas abertas para receber refugiados do Afeganistão.
Editorial da Folha destaca que Brasil pode e deve colaborar no acolhimento de afegãos
A Folha de S.Paulo publicou o editorial “Acolher afegãos” em que chamou a atenção para a situação no Afeganistão e afirmou que o momento crítico exige esforço concentrado da comunidade internacional. De acordo com o editorial, mais de 60 países emitiram comunicado conjunto pedindo que os afegãos que queiram deixar o país possam fazê-lo sem impedimentos. A Folha afirma ainda que essas pessoas precisarão se estabelecer em outro lugar e que “o Brasil pode e deve colaborar”. A emissão de visto humanitário, nesse sentido, permitirá que os afegãos façam a viagem ao Brasil, a exemplo do que foi feito com os sírios, além de tornar possível autorização para residência e trabalho, saúde e educação.
Fluxo de migrantes na fronteira do Acre deve aumentar com medidas rígidas do Peru
Após o Peru determinar regras mais rígidas para migrantes, autoridades brasileiras avaliam que o fluxo de migrantes nas cidades da fronteira do Acre com o Peru, composto em sua maioria por venezuelanos, deverá aumentar. O Peru determinou que os migrantes que não estão com documentos regularizados saiam do país. Desde junho deste ano, a portaria 655 mantém as fronteiras terrestres fechadas por conta da pandemia. Porém, os grupos dos migrantes tentam achar rotas alternativas para chegar ao Brasil ou sair dele, por isso, o Acre se torna uma das principais rotas dessa passagem. A matéria completa está no site do G1.
Publicação inédita traz mapeamento de assistência em saúde mental de migrantes e refugiados no Brasil
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, por meio da Coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados (CG-Conare), a publicação inédita “Assistência em Saúde Mental e Atenção Psicossocial à População Migrante de Refugiada no Brasil: a rede de apoio da sociedade civil”. O mapeamento, realizado em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), tem como objetivo fornecer subsídios para o desenvolvimento de ações, capacitações e políticas para aprimorar o acolhimento em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (SMAPS). Entre os serviços ofertados, prestam atendimento em saúde mental, possibilitando o acesso a diferentes realidades vivenciadas pelos migrantes e pelos refugiados em território nacional. As principais nacionalidades atendidas pelas organizações que participaram do levantamento são: venezuelana, haitiana, colombiana, cubana, angolana, senegalesa e peruana. A maioria das organizações também atua com crianças e pessoas com algum tipo de deficiência. As informações estão em matéria publicada pelo jornal A Crítica.
Migração de venezuelanos impulsiona crescimento populacional de Roraima
Roraima foi o estado brasileiro que teve o maior aumento percentual de habitantes no país pelo quarto ano seguido, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicadas pelo G1. O estado chegou à população de 652.713 pessoas O crescimento de 3,41% em 2021, na comparação com 2020, é atribuído, principalmente, à migração de venezuelanos que chegam ao estado. Ainda assim, Roraima é o estado com a menor população. Em todo o país, a população estimada é de 213.317.639 habitantes.
Latino-americanos são maioria de estrangeiros no Brasil
Os latino-americanos são a maioria daqueles que entraram no país durante a última década, de acordo com dados do Registro Civil divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2011 a 2019, registrou-se 1.085.673 pessoas vindas de fora e, entre os imigrantes de longo termo — que fixam residência e se estabelecem por aqui —, a Venezuela lidera (142.250 cidadãos), seguida de Paraguai (97.316), Bolívia (57.765), Haiti (54.182) e Colômbia (32.562). Somados, aqueles que vêm desses países representam 53% do total de registros. Segundo o Correio Braziliense, a partir de 2010, o fluxo de imigração haitiana foi muito intenso, por causa do momento de instabilidade que o país vivia. A segunda metade da década ficou marcada pela corrente venezuelana, que começou de maneira incipiente em 2015 e foi aumentando ao longo da década.
Conselho de direitos humanos em SP ganha comissão de combate à xenofobia
A nova Comissão de Direitos Humanos, Migrantes e Combate à Xenofobia do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), ligado à Secretaria de Justiça de São Paulo, é composta por representantes de doze nacionalidades: Síria, Brasil, Cabo Verde, República Democrática do Congo, Bolívia, Turquia, Mali, Moçambique, Camarões, Togo, Haiti e Venezuela. De acordo com o MigraMundo, a comissão temática é dedicada especialmente à questão migratória e ao combate à xenofobia em âmbito estadual. E em sua composição os imigrantes são maioria absoluta, todos voluntários, com mandato até 2022. A comissão é coordenada pelo sírio Abdulbaset Jarour, que também é vice-presidente da ONG PDMIG África do Coração.
