O Projeto Social Sabaly e a organização não governamental Mawon se uniram a uma campanha de doação de cestas básicas para imigrantes e refugiados durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A participação de ambos garantiu cestas para mais de 60 famílias de diferentes nacionalidades, entre elas, congolesa, senegalesa e equatoriana. 

A Sabaly foi criada para inserir mulheres imigrantes e refugiadas no mercado de trabalho. Segundo Mariama Bah, fundadora do projeto, a iniciativa da distribuição das cestas surgiu antes da pandemia, mas consolidou-se em abril, em função das dificuldades encontradas após a chegada da Covid-19. O desejo pode ser concretizado por meio da Campanha Rio Contra Corona, ação voluntária gerida pelos Instituto Phi, Banco da Providência e Instituto Ekloos. A Mawon, organização parceira dos institutos, foi uma das contempladas e com a Sabaly complementaram a rede de solidariedade destinando os recursos aos mais necessitados.

WhatsApp Image 2020-05-04 at 17.02.48 (1)
Crédito: Mawon

“É importante que mulheres refugiadas e imigrantes sejam protagonistas de suas próprias histórias”

Mariama afirma que está preocupada em garantir o acesso às necessidades básicas, principalmente para mulheres imigrantes e refugiadas. A empreendedora diz acreditar na importância da educação e da tecnologia com o intuito de fomentar alternativas para o empoderamento feminino, a equidade de gênero e a diminuição da pobreza.  

A ativista gambiana afirma ainda ser necessário modificar a forma como é abordada a temática da migração pelos meios de comunicação. Segundo Mariama, as perguntas são retóricas e tendenciosas. E, continua ela, as refugiadas não estão sempre dispostas a falar sobre assuntos que causam dor, sofrimentos e traumas. Mariama ressalta também a importância de refugiadas e imigrantes não serem vistas com o estigma de “pobres coitadas”. Mas, sim, como ativistas, empreendedoras e vencedoras. “É importante que mulheres refugiadas e imigrantes sejam protagonistas de suas próprias histórias”, afirma.  

Por Catarina Gonçalves e Fernanda Paraguassu