Da esquerda para a direita: Maha Mamo (do Líbano), Rosa Paulina (da Venezuela) e Nana Jabbour (da Síria) — Foto: Arquivo pessoal

Ser mulher, lá e aqui: imigrantes e refugiadas no Brasil falam sobre os desafios que enfrentaram ao cruzar fronteiras

O Portal g1 contou a história de três mulheres que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida: Maha Mamo, Rosa Paulina e Nana Jabbour. A primeira, apesar da família síria e de ter nascido no Líbano, chegou em solo brasileiro sem ter a nacionalidade reconhecida por nenhum país devido a questões religiosas. Ela foi a primeira apátrida da história a ser reconhecida como cidadã brasileira. A segunda, venezuelana, chegou aqui com o marido, um filho pequeno e grávida. Apesar das dificuldades que enfrentou, foi acolhida pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e hoje vive de forma estável. A terceira, síria, veio com a família quando tinha 12 anos, fugindo da guerra de seu país de origem. Hoje, cursa farmácia na UnB e se sente mais livre como mulher no Brasil.

Mães migram em busca de educação e tratamento de saúde para os filhos (Foto: Divulgação)

Pesquisa analisa saúde sexual de venezuelanas migrantes no Brasil

Uma pesquisa inédita da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) junto à Universidade Federal do Maranhão (UFMA), coordenada pela Universidade de Southampton, da Inglaterra, apresentou informações sobre a saúde sexual de venezuelanas migrantes no Brasil. Entre os resultados, estão dados que apontam o pouco uso de métodos contraceptivos, muitos filhos e a vinda em busca de serviços de assistência à saúde, motivação para migrar que perde apenas para a fome. Além disso, cerca de 10% delas chegaram ao Brasil grávidas. Veja outros detalhes da pesquisa na matéria divulgada pela Fiocruz

Migrantes formam corrente para atravessar o rio Tacarti, na floresta de Darién, entre Colômbia e Panamá | Frederico Rios Escobar – 7.out.22 /The New York Times

Omissão de governos nas Américas expõe migrantes a acidentes fatais

Mayara Paixão escreve pra Folha de S. Paulo sobre migrantes que estão morrendo em acidentes evitáveis na América. As causas vão de acidentes de ônibus e naufrágios a condições climáticas extremas. O projeto Missing Migrants, ligado à ONU, calcula que, nos últimos dez anos, mais de 7.500 pessoas morreram ou desapareceram nessas condições nas Américas. O recorde foi atingido em 2022, com 1.388 óbitos e desaparecimentos registrados. Gabrielle Oliveira, professora da Universidade Harvard que pesquisa o tema da imigração, afirma que “O governo dos EUA conta com esse tipo de morte para mandar um sinal de que não é para essas pessoas virem para o país; são mortes completamente evitáveis.

Imigrantes Angolanos em situação de rua batem recorde em São Paulo 

Segundo a pasta de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, em 2022, 6.387 pessoas de 93 nacionalidades estavam em situação de rua. Entre elas, 2.486 angolanas, um número que disparou 757% desde 2019. Os principais motivos desse aumento são a proximidade linguística e cultural dos países, ambos falam português, a busca por serviços de saúde do SUS e o casos de autoritarismo em Angola. Veja a matéria completa do portal Notícia Preta.

Migrantes da Venezuela no estreito de Darién, região entre a Colômbia e o Panamá – Luis Acosta – 13.out.22/AFP

Número de menores que cruzam Darién, a ‘selva da morte’, cresce 10 vezes

Em janeiro e fevereiro de 2022, crianças e adolescentes representavam cerca de 17% do fluxo migratório que passa pelo estreito de Darién – uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo. Em 2023, neste período, elas representavam 35%. Segundo dados do Governo do Panamá, a cada 10 migrantes que cruzam a selva, mais de 3 são menores. O aumento do número de menores de 18 anos em uma rota perigosa, onde pelo menos 156 migrantes morreram ou desapareceram desde 2014 — cifra da ONU reconhecidamente subnotificada — preocupa especialistas, que ainda não indicam uma razão clara para isso. Leia a matéria completa na Folha de S. Paulo.

Política de imigração terá acolhimento a mulher

Uma matéria da TV Brasil mostra que a Política Nacional de Imigração está em estudo no Ministério da Justiça e Segurança Pública para ganhar um eixo específico de acolhimento à mulher migrante no Brasil – as quais já representam 48% do fluxo migratório internacional. Segundo o MJSP, hoje o Brasil tem 26 mil mulheres em situação de refúgio — dessas, 1.300 buscam a naturalização. Enquanto homens geralmente migram sozinhos, mulheres costumam trazer os filhos, o que torna a situação delas mais vulnerável e denuncia a necessidade urgente de políticas públicas específicas para esse cenário.

Agência da ONU e escritório do Québec vão formar refugiadas em tecnologia 

A revista Exame divulgou que a Agência da ONU para as Migrações (OIM) e o Escritório do Québec em São Paulo (BQSP) firmaram parceria com a Edtech Toti Diversidade para a formação de 60 pessoas migrantes e refugiadas na área de tecnologia este ano. O projeto tem o objetivo de levar mais diversidade para a área de tecnologia, ainda composta por perfis homogêneos. Os 40 alunos vindos da Venezuela e países vizinhos e 20 de países francófonos iniciaram seus estudos em fevereiro.

Cena do filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo | Divulgação

‘Tudo em Todo o Lugar’ traduz mente de imigrantes em seus multiversos 

O artigo de opinião de Juily Manghirmalani, Mestre em Imagem e Som, para a Folha de S. Paulo, revela como que Evelyn, personagem interpretada por Michelle Yeoh, faz referência às mulheres asiáticas imigrantes. “Deixou a China para viver o sonho americano, proposto pelo marido, mas logo se percebeu responsável pelo sucesso dessa missão em uma nova cultura”. Manghirmalani enfatiza que os sonhos perdidos e os multiversos refletem traços da psique de pessoas que processam mais de uma cultura, numa negociação interna para transitar em mais de uma realidade. A autora também cita Joy, filha de Evelyn, como personagem fundamental para esse retrato – afinal, é nascida nos EUA mas criada por chineses, o que causa um sentimento de ser incompreendida e a vontade de romper com a família. 

Cáritas lança websérie sobre acesso a água e higiene para migrantes em situação de rua

A Cáritas Brasileira lançou uma websérie sobre as histórias de pessoas migrantes e refugiadas da Venezuela e de pessoas brasileiras em situação de rua atendidas pela iniciativa. Por meio do projeto “Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras”, a produção tem cinco episódios que retratam as ações do projeto no Acre, Pará, Piauí e Rondônia. Veja mais detalhes na matéria do Portal g1.

Vídeos no TikTok oferecem serviços ilegais de travessia de fronteira para os Estados Unidos — Foto: Reprodução/TikTok

Coiotes vendem travessias ilegais no TikTok para migrantes que querem entrar nos EUA

Sete mil dólares: esse é o valor que traficantes de pessoas anunciam no TikTok para ajudar imigrantes a atravessarem a fronteira entre México e Estados Unidos. O Portal g1 ainda relatou que, com imagens da travessia de várias pessoas, as “propagandas” informam que também realizam travessias com crianças e famílias. O grupo chinês Bytedance, dono do aplicativo, afirma ter apagado por iniciativa própria grande parte dos vídeos associados a práticas criminosas.  

Sírios e libaneses no Brasil se mobilizam para ajudar vítimas do terremoto

Neste ano, a celebração da imigração árabe para o Brasil, celebrada dia 25 de março, coincidiu com a campanha de arrecadação Juntos pela Síria, idealizada por entidades sírias e organizações libanesas. Nas palavras de Diogo Bercito, autor da matéria para a Folha de S. Paulo, “o fato de entidades sírias e libanesas terem participado, juntas, da campanha de arrecadação é simbólico. Dá conta de que, apesar das divisões internas, os sírios e os libaneses podem se articular como um só grupo, agregado pela cultura e história”. A matéria ainda apresenta quem são as entidades doadoras.

Apenas em dois meses e 10 dias de 2023 já foram encontradas 291 pessoas em situação semelhante ao trabalho escravo no estado / Foto: MPT/RS

Por que dobrou o número de trabalhadores imigrantes resgatados do trabalho escravo no Brasil?

Uma matéria do Brasil de Fato relata que, segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, o número de trabalhadores imigrantes resgatados da escravidão contemporânea dobrou no Brasil. Em 2021, a Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo registrou 74 resgates, enquanto que, no ano passado, foram 148 casos. Luís Felipe Aires Magalhães, Professor de Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), pontua que esse é o reflexo “de mudanças, transformações e um conjunto de omissões que aconteceram nos últimos anos”.