Mouhannad Alkhouri é sírio e migrou para o Brasil no final de 2015, por causa da Guerra Civil que já durava quase cinco anos no país árabe. Após mais de meia década e muitas experiências vividas em território brasileiro, Mouhannad busca voltar para a Síria com seus três filhos: Ivanovich, Meliven e Loriana. Para isso, precisa de ajuda financeira, pois suas reservas não são suficientes para pagar as dívidas contraídas no Brasil e comprar as quatro passagens de avião para Damasco, a capital síria.

Alkhouri tem formação em Administração de Empresas e tinha uma vida confortável até o início do conflito armado. Possuía casa própria, trabalhava no setor de produção de fábricas e ganhava o suficiente para, junto de sua mulher, sustentar os demais integrantes da família. No entanto, a Guerra Civil mudou radicalmente seu cotidiano: por causa dos conflitos, teve que mudar de cidade duas vezes e a desvalorização da moeda, somada à inflação, corroeram suas reservas financeiras. Com as dificuldades crescentes, a falta de perspectiva para o fim da guerra e a necessidade de buscar um futuro melhor para os filhos, decidiu sair do país. Optou por migrar para o Brasil, conhecido por ser acolhedor e que concedia o visto humanitário aos sírios.
Ao chegar ao Brasil junto da então esposa e dos filhos, se dirigiu para São José do Rio Preto, em São Paulo, onde permaneceu por cerca de sete meses. Após ser enganado por um amigo, ficou sem trabalho e foi então para o Rio de Janeiro, onde vivia o irmão. Trabalhou num restaurante cumprindo uma carga horária abusiva e teve a carteira de trabalho retida e não assinada. Quando pediu o documento para os patrões, foi mandado embora do estabelecimento.
Em seguida, se separou da esposa, que voltou para a Síria e deixou as crianças com ele no Brasil, em 2018. Sem salário e sem ter como pagar aluguel, acabou vivendo um tempo na rua antes de conseguir abrigo na Igreja São João Batista, em Botafogo. Também conseguiu bolsas de estudo de 100% para que os três filhos estudassem na escola Nossa Senhora de Lourdes enquanto ele trabalhava na rua todos os dias em sua barraquinha de comida síria e aos fins de semana na Feira Chega Junto e em outros eventos.
O período mais estável acabaria por ter vida curta, e logo a situação voltaria a piorar: mudou o padre da igreja e o novo sacerdote acabou por tirá-los do local. Com a ajuda financeira do irmão que vivia no Rio, alugou um apartamento para viver com as crianças. O irmão foi para Síria no final de 2019 para visitar o pai doente, e acabou não voltando para o Brasil. Pouco depois, começou a pandemia de Covid-19, que teve um duplo impacto na vida de Mouhannad: a escola fechou e ele teve que fechar a barraquinha pois precisava ficar em casa para cuidar das crianças. A feira e os demais eventos também foram suspensos com o avanço do vírus, e assim a família perdeu suas fontes de sustento no Brasil. Com a força da pandemia sendo aos poucos reduzida e o comércio e demais atividades voltando à ativa, Mouhannad tentou trazer a mãe para que ela o ajudasse a tomar conta das crianças enquanto ele estivesse trabalhando. No entanto, a mãe foi desaconselhada pelo médico a migrar pois, doente, não aguentaria a longa viagem de avião até o Brasil.
As contas foram se acumulando e, no final de 2021, o contrato de aluguel venceu e o proprietário pediu o imóvel de volta. Sozinho e sem ter como trabalhar por estar sozinho para cuidar das crianças, Mouhannad decidiu voltar para a Síria. Lançou, ainda no ano passado, uma campanha de financiamento coletivo no site Vakinha para pagar as dívidas e comprar as passagens de avião do Brasil para a Síria. Conseguiu juntar cerca de R$12.000, mas não conseguiu bater a meta de R$35.000. Sendo assim, ainda precisa de aproximadamente R$23.000 para cumprir seu desejo de retornar para sua terra.
Ele sabe que a nova vida na Síria será difícil. O salário médio é de cerca de 7 dólares, e as ofertas de trabalho num país devastado por mais de uma década de conflito são escassas. No entanto, tem fé de que a mudança será para melhor: “As crianças preferem voltar para sentir a sensação de pertencer a uma família”. No Brasil, estão somente elas e o pai. De volta ao país natal, de que não se lembram, poderão ganhar os abraços da mãe, dos avós e dos tios e construir memórias desse belo país de planícies e montanhas, localizado entre o deserto e o Mar Mediterrâneo.
Ajude Mouhannad, Ivanovich, Meliven e Loriana:
Dados para depósito:
Banco do Brasil
Ag : 1569-5
Cc : 31986-4
CPF : 238.408.538-77
Chave PIX: 21 966971557

